Sara Sampaio e os padrões de beleza

07:09

Trata-se de um dos clássicos. Um tópico que sempre suscitou muita discussão e já fez correr muita tinta: a pressão da sociedade e a padronização da beleza. Tentarei abordar esta questão de modo ligeiro, sem apontar dedos a ninguém e da maneira menos cliché que me for possível.

A ideia para este post surgiu com todo o frenesim nas redes sociais em torno de uma foto da Sara Sampaio, na qual ela mostra sem receios os seios, que por sinal são do desagrado de alguns internautas. Estarão a pensar: queres dizer que a polémica centra-se na modelo portuguesa da Victoria's Secret? Essa? A que é rica, famosa e feliz? Essa Sara Sampaio? Para alguns uma das mulheres mais bonitas do mundo?
Sim, é verdade. 
Não importa o sucesso, não importa o consenso em redor do nosso trabalho ou das nossas provas de carácter ou até se são uma das mulheres mais bonitas do mundo. A verdade é que existirão sempre pessoas que não gostarão de nós (poderia fazer toda uma dissertação dos porquês destes ódiozinhos, mas prefiro que este texto seja mais positivo).
Aquilo que a adorada Sara Sampaio sofreu (provavelmente numa banheira, a relaxar e a ser rica) muitos de nós já sofremos de uma maneira ou outra, direta ou indiretamente. São estas inseguranças que sentimos ora porque nos comparamos com as raparigas das revistas ora porque nos comparamos com uma amiga ou conhecida ora porque tentamos desesperadamente agradar a todos. 
Se as pessoas têm direito a gostar de mamas grandes ou pequenas? Claro. Se têm direito a preferir as pessoas baixas ou altas? Pois, sim. Se têm direito a ter preferências, gostos, desejos? Obviamente. Mas aquilo a que não têm direito é julgar alguém porque não vai ao encontro daquilo que esperam ou querem. Existe e existirá sempre uma diferença entre dizer um facto como "a sara sampaio tem mamas pequenas" (comentário até desnecessário, para ser honesta) e fazer um comentário depreciativo "hey oh amigo, olha-me para as mamas da Sara Sampaio! São tão pequenas, até o meu pai tem maiores". Agora, ter mamas maiores faria dela uma pessoa melhor? Afetaria a vossa vida? Deixo as questões no ar.
É por causa destes comentários que tantas raparigas crescem com inseguranças. E se é verdade que falo da minha experiência enquanto mulher, tenho noção que os homens também têm as suas próprias insegurança, sentindo-se contudo obrigados a reprimi-las (e ninguém fala disso!)
São inseguranças que têm repercussões incríveis na nossa vida. São difíceis de combater e de ignorar e limitam todo um campo de possibilidades logo à partida. É por isso que pessoas se contentam em ser tratadas abaixo do que merecem. É por isso que existem pessoas SEMPRE insatisfeitas com a sua vida, com o seu corpo. 
Não devíamos perpetuar isto e é isso que quero fazer os que lêem isto entender. 
Devíamos ensinar as pessoas a gostar daquilo que são, daquilo que têm, daquilo que fazem.
Devíamos inspirar aqueles que não estão satisfeitos a procurar ser melhor, da maneira mais saudável e positiva. 
Devíamos ensinar que lá por alguém não gostar dos nossos "defeitos"  (como as tão faladas mamas pequenas da Sara Sampaio), existirá alguém que pensará que era exatamente aquilo que procurava numa pessoa. 
Devíamos ensinar que lá por outros não gostarem de ti, não és pior. E ainda, que lá por alguém gostar de ti, não és melhor. Que as pessoas não são objetos cujas características valorizam ou desvalorizam o seu valor. 
As pessoas não têm um valor. 
As pessoas são meramente pessoas. 
É cliché, sim. Falhei na minha missão.

Apenas não levem a opinião dos outros sobre a vossa vida e sobre vocês mesmos demasiado a peito (e por outros incluo toda uma vastidão de sujeitos desde os media até ao rapaz que passou por ti na rua). Que o que são não é da conta dos outros e que por mais que se esforcem por agradar a todos, nunca conseguirão. Por isso, mais vale que nos odeiem e nos amem por aquilo que somos e não por aquilo que arduamente nos esforçamos por ser, não é assim?

Sejam vocês mesmos. Procurem ser o vosso melhor. Rodeiem-se de pessoas boas. Divulguem pensamentos positivos. 
No final, somos todos bonitos à nossa maneira. 
(Cliché...?)

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